Profissionais das escolas municipais de Campinas iniciaram nesta quarta-feira, 16 de outubro, formação em primeiros socorros para ter condições de, em situações de risco, prestar o primeiro atendimento a alunos até a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
O Núcleo de Educação em Urgência (NEU) da Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar vai capacitar cerca de 10 mil profissionais da rede municipal de ensino.
A formação atende exigência da Lei Lucas, instituída em homenagem ao menino Lucas, que morreu em 2017 por asfixia causada por engasgamento com um cachorro-quente, durante um passeio promovido por uma escola particular. Até a chegada do serviço de saúde especializado, o menino, de 10 anos, não teve os primeiros socorros.
A legislação municipal passou a ser adotada em todo o território nacional, após projeto semelhante ser aprovado em 2018 pelo Senado e sancionado pelo então presidente Michel Temer.
A coordenadora do NEU, Eliana Paião Pereira, informa que, neste ano, a capacitação será para representantes das instituições de ensino, como diretores, vice-diretores e orientadores pedagógicos. No primeiro semestre de 2025, o treinamento incluirá os demais profissionais, como cozinheiros, orientadores, vigilância, jardineiros, professores e cuidadores, para garantir segurança às crianças.
/sites/default/files/noticias/img-avulsa/leilucas2.jpg
A formação inclui aula teórica, por meio de recursos audiovisuais, e práticas, com a realização de simulações em manequins anatômicos. As instruções abrangem casos de acidentes com quedas, traumas, acidente ocular, sangramento nasal, alergias, picadas de insetos, queimaduras, hipertermia, hipoglicemia, crise convulsiva, engasgo, desmaio, síncope e parada cardiorrespiratória e ressuscitação cardiopulmonar.
O diretor pedagógico da Secretaria Municipal de Educação, Luciano Reis, observa que a legislação é muito importante para os profissionais que trabalham com educação, especialmente com a primeira infância.
"Estamos dando início a essa formação para garantir que todos os profissionais possam ter condições de prestar os primeiros socorros e salvar vidas", afirmou. A rede municipal de ensino tem 165 unidades de Educação Infantil e 44 de Ensino Fundamental. Ao todo são 68 mil alunos.
Formação
A vice-diretora da CEI Professora Renata Ferramola, Eliana Pereira Diniz, lembra que, no dia a dia, existem muitas situações que trazem riscos nas brincadeiras, como quedas, traumas e ferimentos. "Com uma formação assim a gente consegue dar o socorro imediato, acionar o Samu e por em prática as orientações do médico do serviço enquanto a ambulância não chega", disse.
Para a orientadora pedagógica da CEI Agostinho Pattaro, Luciana Ferreira, a formação confere segurança aos profissionais da educação nas ações que devem ser adotadas enquanto o socorro não vem. "Essa formação é muito importante para que possamos saber como agir em cada situação", afirmou.