Monitoramento de áreas vulneráveis e rápida intervenção reduzem queimadas

 

 

A Operação Estiagem 2022, coordenada pela Defesa Civil de Campinas e iniciada em maio deste ano, se encaminha para a finalização, no próximo dia 30 de setembro. Uma reunião do comitê responsável pela atividade, realizada nesta quarta-feira, dia 21 de setembro, na Sala de Resiliência do Paço Municipal, mostrou que os números relacionados a queimadas diminuíram em relação ao ano passado, resultado atribuído ao monitoramento.

 

O dado parcial da Defesa Civil, de maio a agosto de 2022, comparado ao mesmo período de 2021, aponta redução de 57% no número de queimadas. Foram 195 neste ano contra 343 no ano passado. O balanço final será divulgado no mês de outubro.

 

“Os índices diminuíram muito, o que reflete de maneira positiva na operação. Não tivemos grandes incêndios”, disse o coordenador regional e diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado. Um dos fatores apontados por ele para esse resultado é o monitoramento das áreas em que houve registro de incêndio, o que permite pronta intervenção e diminui reincidências.

 

Ele também destacou que o satélite que registra o foco de calor é como um “radar de trânsito”, possibilitando aos técnicos identificarem esses locais. “Todos foram vistoriados e houve notificação dos proprietários”, explicou.

 

As notificações tiveram como base a lei municipal que proíbe uso de fogo para limpeza ou preparo do solo, inclusive para plantio ou colheita, exceto nos casos específicos em que a lei estadual permite. Entre estes estão queimada controlada para fins de pesquisa e cultura de cana-de-açúcar.

 

O Corpo de Bombeiros também registrou queda de ocorrências atendidas pela corporação, segundo apresentação do tenente Renan Renzo Fraleoni durante a reunião do comitê.

 

Além de vistorias de campo para verificar a vazão dos mananciais e prevenir focos de incêndio em áreas vegetais, a Operação também inclui atividades de conscientização da população. Em especial os moradores de áreas próximas aos pontos vulneráveis recebem treinamento para a prevenção e combate a queimadas e incêndios.

 

Umidade Relativa do Ar

 

Abrangendo o período mais seco do ano, quando aumenta o risco de focos de incêndio, doenças respiratórios e crises hídricas, a Operação Estiagem também monitora a temperatura e o índice de Umidade Relativa do Ar (URA). O levantamento mais recente mostrou que esse índice também teve recuo. 

 

De maio a agosto deste ano, Campinas entrou em Estado de Alerta (quando a URA registra índice entre 12% e 20%) por sete vezes, contra 37 no ano passado. Já o Estado de Atenção (índice de URA entre 20% e 30%) foi registrado por 57 vezes, contra 82 no ano passado. 

 

Campinas também não entrou nenhuma vez em emergência (URA abaixo de 12%), ao contrário do ano passado, em que isso ocorreu por quatro vezes.

 

Aeroporto

 

Outro dado importante da Operação é o apontamento de registros de animais mortos na plataforma SISS-Geo (Sistema de Informação em Saúde Silvestre) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

 

Apenas os técnicos da Defesa Civil, em vistorias preventivas no entorno do Aeroporto de Viracopos, registraram 32 animais mortos.

 

O sistema começou a ser utilizado este ano, portanto ainda não há base para comparação.

 

Comitê da Estiagem

 

A Operação Estiagem é acompanhada pelo comitê gestor formado por sete secretarias municipais, uma autarquia e uma empresa pública. O grupo contribui no planejamento, articulação, coordenação, execução e avaliação das ações de prevenção e controle dos efeitos da estiagem no município.

 

O comitê da Operação é formado por representantes das secretarias municipais de Governo; de Saúde; do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Serviços Públicos; de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos; de Educação e de Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública. Também integram o Comitê a Sanasa e a Fundação “José Pedro De Oliveira”, gestora da Mata de Santa Genebra.