Escola na Vila Castelo Branco abre as portas para alunos e comunidade dançarem balé

Toda sexta-feira e sábado, os portões da Escola Municipal de Ensino Fundamental e Educação Integral (Emefei) Padre Francisco Silva, na Vila Castelo Branco, se abrem para que alunos e comunidade usem o espaço da escola para dançarem balé.   Essa jornada, que teve início no ano passado, levou esse grupo, Sementes do Futuro, a se apresentar no palco do Teatro José de Castro Mendes, na Vila Industrial, na última semana. Para o público, os bailarinos representaram, por meio da dança, o encanto das crianças e adultos com os contos de fadas.   Com o espetáculo intitulado “Dança faz bem para Alma", a apresentação contou com a participação dos dançarinos da Associação Fernanda Bianchini, que faz arte inclusiva.   Tudo começou por meio da iniciativa de Maria Luiza Silva, mãe de uma ex-aluna da escola, que tem baixa visão. Ela apresentou o projeto de balé inclusivo para a direção da escola e para a Associação Fernanda Bianchini, que imediatamente aceitaram a proposta.   O corpo de baile é composto por alunos das escolas e moradores do entorno. A escola contribui com o espaço físico, enquanto a Associação Fernanda Bianchini é a responsável pelas aulas, na qual ensina as técnicas do balé inclusivo.   Em uma força tarefa a comunidade escolar e as professoras de balé se unem para fazer os figurinos que são apresentados nos espetáculos. E de um ano para o outro, o projeto cresceu e passou a integrar o projeto pedagógico da escola.   Semente do Futuro   Com pouco mais de um ano de existência, o Semente do Futuro tem entre seus integrantes tanto os alunos da Emefei Padre Silva, como crianças que moram na Vila Castelo Branco, sem vínculo com a escola. Atualmente, 80 crianças, com idade entre 4 a 14 anos, frequentam o grupo de balé.   A proposta não se resume em promover a cultura e a dança, as aulas servem para que os alunos reflitam sobre a importância da inclusão. Aluna do projeto, Manuela Nogueira, que está no 3 ª ano do Ensino Fundamental na Escola Padre Silva, se sente encantada e feliz por fazer parte do corpo de baile.   “Ainda bem que a minha mãe descobriu que tinha esse balé aqui. Quando  estou no palco, que eu vejo todo mundo lá, inclusive minha família, falo assim: ‘não acredito que todo mundo veio’. Eu fico muito feliz de apresentar”, conta.    Há mais de uma década trabalhando na escola e atualmente como orientadora pedagógica da Emefei Padre Silva, Nélia Cavalcante é coordenadora do Sementes do Futuro. Ela conta que já esbarrou por várias felicidades ao longo de sua carreira, e se enche de orgulho quando o assunto são as bailarinas. “O meu prazer é ver os olhinhos das crianças brilhando com tudo que aprendem, é realizar sonhos de quem não tinha condições de fazer as aulas porque são muito caras. Eu me sinto energizada com elas, viva e com a sensação de que posso fazer a diferença para elas, diz a orientadora pedagógica.