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Mais Informações
https://portal.campinas.sp.gov.br/noticia/50699
Quando
Apresentações do espetáculo performático “Deforma”
Datas: 02/11/2023 (quinta-feira) e 03/11/2023 (sexta-feira)
Horário: 17h e 20h
Local: Sala dos Toninhos
Endereço: rua Francisco Teodoro, s/n, Vila Industrial - anexo ao estacionamento da Estação Cultura
Datas: 09/11/2023 (quinta-feira)
Horário: 17h e 20h
Dia: 10/11/2023 (sexta-feira)
Horário: 20h
Local: MIS Campinas
Endereço: rua Regente Feijó, 859, Centro
Descrição
Campinas recebe apresentações da performance artística “Deforma”, protagonizada pela artista Isadora Ifanger. As intervenções ocorrem nos dias 2 e 3 de novembro, na Sala dos Toninhos e nos dias 9 e 10, no Museu da Imagem e do Som (MIS), sempre com entrada gratuita e sem necessidade de retirada prévia de ingressos.
Através do seu próprio corpo e de sua vivência como pessoa ‘def’ (gíria criada pela artista, que é uma pessoa com deficiência, para se referir a si própria e a outras pessoas com deficiência), Isadora Ifanger explora e pesquisa a ancestralidade da pessoa com deficiência. Ela utiliza-se de reflexões internas e coletivas e da necessidade de um resgate e apropriação da ancestralidade de corpos que há muito foram privados e tiveram suas histórias mutiladas.
A artista é pesquisadora e doutora em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia, Carolina Teixeira. As apresentações da performance terão audiodescrição incorporada ao texto e narração de Isadora, sob orientação de Estela Lapponi e consultoria em audiodescrição de Ana da Hora. Também haverá tradução em Libras em todas as sessões, realizada por Josie Ananias, e trilha sonora original produzida pela violoncelista Luca D’Alessandro.
Este projeto foi contemplado e patrocinado pelo Fundo de Investimentos Culturais de Campinas - FICC 2022, pertencente à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.
A construção cênica do espetáculo “Deforma” é fruto de um artigo, de autoria de Isadora, intitulado ‘Tecendo teias e raízes: Entremeios da cultura def’. No artigo, - elaborado no curso de mestrado em Mediação Cultural pela Escola de Ensino Superior de Artes Célia Helena, em parceria com a Escola Itaú Cultural, onde Isadora é bolsista - a artista discorre sobre o conceito da ancestralidade ‘raiz’ e a ancestralidade ‘teia’ - sendo a primeira uma representação da ideia de árvore genealógica, onde a ancestralidade está vinculada a uma ligação sanguínea; e em contraponto a ‘teia’, sendo esta uma ancestralidade que não é necessariamente genética, mas sim cultural de corpos que são rejeitados perante os corpos sem deficiência e que, em algum lugar nessa rejeição, se tornam um grupo à margem que cria sua própria cultura e maneiras de resistir.
“Na apresentação eu visto um figurino todo em cor da pele e fios vermelhos que representam veias, sangue… e enquanto performo, traço várias linhas vermelhas no espaço, trazendo questionamentos, inquietações e envolvendo o público presente”, relata a artista. “Apresento ali também o nome de pessoas com deficiência que compõem o projeto de alguma maneira, compartilhando experiências”.
Além da performance também foram feitas, como contrapartidas pelo projeto, colagens de lambe-lambes pela cidade de Campinas com artes e frases que remetem às questões vividas pela população def na sociedade. “Muitas destas manifestações serão vistas também nos espaços de apresentação, queremos oferecer o maior acesso possível a diferentes públicos”, pontua Isadora.