EMEF Carmelina de Castro Rinco

 


 

 

 

CARMELINA

 

Aprendendo a fazer programas brincando! 

Um relato de experiência sobre o uso do chip “Micro:bit” 

 

Com a evolução da Computação nos últimos  anos, e sua inserção cada vez mais profunda em diversos aspectos do nosso cotidiano, educadores têm percebido a crescente importância das linguagens de programação e do pensamento computacional (WING, 2006). A aprendizagem de tais linguagens envolve noções de lógica úteis não só aos futuros programadores, como também a qualquer outro cidadão e profissional (SCAICO et. al, 2013). Segundo a Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais), a demanda por profissionais ligados ao setor de tecnologia como programadores, técnicos de informática e engenheiros da computação chega a 797 mil vagas entre 2021 e 2025, muito aquém dos 53 mil trabalhadores especializados formados anualmente (MONTEIRO, 2021). 

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) indica em seu Artigo 1º que “A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social” (BRASIL, 1996). Por sua vez, a Base Nacional Curricular Comum (BNCC), aponta dentre as Competências Gerais da Educação Básica que os estudantes deverão, ao concluir sua escolarização, saber “Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações (...)" (BRASIL, 2018). 

Considerando as informações acima apresentadas, e procurando oferecer uma oportunidade de aprendizagem relevante e significativa aos estudantes, entre agosto e novembro de 2022 foi realizada uma proposta de trabalho visando trabalhar o material didático recebido pela escola conhecido popularmente como Micro:bit (TOLA, SZIGMOND e DIAS, 2018). Para contemplar o maior número possível de estudantes, foram feitos convites a todas as turmas dos anos finais da EMEF. Carmelina de Castro Rinco, mas nem todas as turmas tiveram interesse, destacando-se os alunos mais jovens (6º e 7º Ano - Ciclo III). 

Num primeiro momento, foi necessário compreender como funcionam as diferentes partes do chip, tais como botões, sensores, fios e luzes. Num segundo momento, aprendemos a utilizar a interface do site sugerido para construir os programas (http://www.makecode.microbit.org), o qual além de conter uma interface amigável, dispõe também de vários tutoriais que facilitam a orientação autônoma dos alunos mais curiosos. 

Fiquei surpreso pois os alunos gostaram tanto do projeto que fizeram questão de participar em todos os encontros, raramente se ausentando, de modo a contarmos com pelo menos 25 estudantes por encontro, os quais se dividiram em duplas nos computadores do Laboratório de Informática da escola. Não se pode concluir, contudo, que os estudantes queriam apenas ter acesso às aulas, pois o espaço se mostrou também uma oportunidade para eles se socializarem, tendo o curso, portanto, relevância secundária para estes estudantes. 

Sinto que não tive preparo suficiente para mediar o curso, pois minha formação foi em ciências biológicas, e o curso oferecido pela Secretaria Municipal de Educação visava apenas dar noções básicas sobre o material. Contudo, tive o apoio da equipe gestora, que me permitiu usar parte dos meus tempos pedagógicos para me preparar e poder atender os estudantes da melhor forma. Em diálogo com os alunos, eles disseram não sentir essa falta de preparo, algo que parece ter mais a ver com as frequentes inseguranças sentidas por nós docentes. 

 

Referências

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei no. 9394, 1996.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

MONTEIRO, Solange. Déficit de profissionais de TI pode chegar até meio milhão em 2025. Como mitigá-lo? Instituto

Brasileiro de Economia - Faculdade Getúlio Vargas, 2021

Disponível em:

<https://ibre.fgv.br/blog-da-conjuntura-economica/artigos/deficit-de-profissionais-de-ti-pode-chegar-meio-milhao-ate-2025>

Acesso em 08 ago. 2022

TOLA, Fabio; ZSIGMOND, Fabio; DIAS, Rodrigo Assirati. Inventura: Desbravador - Programa de Educação 4.0, Curitiba :

Positivo, 2018.

SCAICO, Pasqueline Dantas et al. Ensino de Programação no Ensino Médio: Uma Abordagem Orientada ao Design com a linguagem Scratch. Revista Brasileira de Informática na Educação, [S.l.], v. 21, n. 02, p. 92, ago. 2013

WING, Jeannette M. Computational thinking. Communications of the ACM, v. 49, n. 3, p. 33-35, 2006.